UM NOVO OLHAR SOBRE A ARQUITETURA DE GRAMADO

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Dando sequência às atividades do projeto “Gramado: Novos Olhares”, o prefeito Fedoca – João Alfredo de Castilhos Bertolucci (PDT) recebeu na última segunda-feira, 24 de julho, o arquiteto e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Paulo Cesa, que trouxe para o público presente, um reconhecimento crítico da arquitetura de Gramado, abordando a arquitetura e paisagem como um atrativo cultural e turístico, bem como quais são os riscos do adensamento e da descaracterização da paisagem na cidade. Ele também abordou um desenvolvimento urbano plausível para Gramado. Participaram da atividade os secretários municipais titulares e adjuntos, bem como especialistas da área no município.

Aos olhares de Cesa, Gramado é um lugar singular, uma pequena cidade que apresenta qualidade de vida, e numa pequena escala, uma cidade aprazível e bucólica, onde ainda há um equilíbrio de natureza, como ocorre no bairro Planalto citado pelo palestrante durante o encontro. “A arquitetura desta cidade contribuiu significativamente para constituir essa paisagem e essa imagem da cidade que é patrimônio, que é um sítio natural, singular com os morros, os vales, e essa exuberância do verde. Mas o que nos preocupa, porém é o adensamento da área central e aqui precisamos ter um olhar mais cuidadoso. A gente assiste com o passar dos anos a subtração do verde de Gramado”, relata o professor, lembrando que a cidade não está vacinada de uma destruição, muito embora haja uma unidade paisagística na cidade.

“Embora o Plano Diretor defenda em boa medida a cidade, ele ainda precisa de ajustes e de calibre, também nas áreas rurais. Na Linha Ávila Baixa, por exemplo, há uma urbanização equivocada, mas em contrapartida temos tesouros como a Linha Bonita e a Linha 28, então o Plano Diretor de certa forma controla essa área rural, mas ainda é preciso avançar no sentido de criar mais instrumentos”, explica ele.

Por outro lado, Cesa diz que há muitos acertos, como o bairro Planalto e a Avenida Borges de Medeiros, que segundo ele é um valor muito celebrado por àqueles que visitam Gramado. “Isso se dá por conta daqueles térreos com calçadas amplas onde é possível caminhar, e interagir socialmente. Para quem vem de fora, de uma maioria das cidades brasileiras que aconteceu a condomização da vida, Gramado é singular, e é um valor por demais admirado entre tantos outros”.

Durante sua explanação, o especialista em arquitetura ainda apresentou várias imagens que mostram a harmonia existente no centro da cidade como, por exemplo, entre a Igreja Matriz São Pedro, e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). “São duas lindas obras da nossa arquitetura religiosa neogótico. A Igreja de Pedra com os seus vitrais, com um lindo campanário, que é um ícone para sua cidade, para sua verticalização, além de uma praça maravilhosa na frente que permite apreciação, e visualização da obra. E a Igreja do Relógio, no alto do morro, também adquire valor icônico, e também se distingue. Há uma relação visual possível entre as duas igrejas que duplica a qualidade dessa imagem, enfim valoriza por demais a beleza dessa relação”, relata Cesa, salientando que o entorno construído em volta das duas obras precisa permanecer na escala que está. “Precisa de uma planificação para que a gente tenha pelo menos um centro histórico com uma unidade compositiva formal, uma unidade de escala que de fato torna esse espaço singular, e que seja de fato um patrimônio da cidade”, completa.

Essa foi a nona palestra do projeto “Gramado: Novos Olhares”, que ocorre sempre às 17h, em segundas-feiras alternadas, no Auditório da Prefeitura de Gramado. Os próximos encontros vão abordar mobilidade urbana e a importância dos reservatórios de água para o desenvolvimento do Brasil. Todos os palestrantes participam do projeto de forma voluntária.

Fonte: Marlova Martin/Gabinete da Primeira-dama

Prefeito Fedoca entrega uma lembrança de Gramado ao palestrante Paulo Cesa. Foto: Carlos Borges

Créditos: Carlos Borges

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