Para refletir “O tempo não para”

Cultura

O tempo não pára

Luciano MMO último horário do vôo Los Angeles-Tóquio chega em seu destino no dia anterior a da partida. Isto já acontecia nos Estados Unidos do início do século XX nos trens que viajavam de leste para oeste. Janis Joplin em seus comentários entre canções dizia “quem já pegou o trem rumo ao oeste sabe, é sempre o mesmo dia”, então ame como se fosse o último dia. A rotina pode nos fazer parecer o personagem do filme o Dia da Marmota, em que o protagonista se vê preso a um encantamento que o faz viver sempre o mesmo dia.

No fim das contas a passagem do tempo é uma construção cultural das sociedades, que desde as mais antigas civilizações se fixa em estabelecer calendários e a determinar parâmetros para a passagem do tempo. A hora de sessenta minutos é um cálculo que remonta aos Sumérios de mais de 40 séculos atrás.

O tempo não pára cantava Cazuza, e se não pára está sempre estático esperando que nós façamos algo que mova a enorme engrenagem dos minutos. O tempo ficou mais discreto e pulsante com a intermitência de informações da era da Internet e das mídias sociais na palma da mão das pessoas. Ficamos mudos falando todos a mesma coisa diante da ressonância global dos mesmos fatos da vida de quase todos.

No ano novo acontece esta gigante reinicialização dos sistemas do mundo ocidental vacinados contra o bug do milênio. Param para fazer aquilo a que deveriam se dedicar mais: abraçar amigos, encontrar a família e abrir um espumante gelado. Pense nisso e viva 2016 como se fosse o ano em que tudo vai melhorar em sua vida.

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O tempo não pára 2

Olhei o Facebook pela última vez no ano, segundos depois estava igual. As postagens diziam todas aIgreja Sao Pedro_ Foto_Alex S mesma coisa das anteriores. Será que alguém vive algo diferente? Ou todos queremos parecer a mesma coisa?

O tempo é uma invenção do relógio. Acordar no mesmo horário todos os dias e dormir mais nos dias de fim de semana, esperando a aposentadoria para então acordar mais cedo e fazer o que gosto de verdade, é inevitável, dizia meu avo, falecido.

O Prof. Eisntein na tentativa de que seus alunos entendessem a teoria da relatividade dizia: a bolinha picando dentro do trem parece picar mais lentamente se observada de fora do trem. Entendeu? O que está em movimento é percebido de forma diferente por quem está parado.

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Luciano Medina Martins

 Jornalista e Colunista do Jornal

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